terça-feira, 1 de novembro de 2016

MARMELADA


Hoje foi dia de fazer marmelada. E de ver cair um mito.
Desde pequena que sempre me disseram que se queria uma marmelada vermelhinha devia fazê-la com marmelos por descascar e hoje cheguei à conclusão que isso não é de todo verdade. Confusos? Conseguem perceber a diferença de cor entre o conteúdo das várias tigelas. Umas têm uma marmelada que quase tem a cor da tradicional Marmelada Branca do Convento de Odivelas e outras têm uma marmelada mais avermelhada e aquela que estamos mais habituados a ver. Agora preparem-se - a mais vermelha foi feita com marmelos descascados e a outra, mais clarinha tem a casca incluída. O que aconteceu foi que enquanto cortei os primeiros marmelos, e sendo que eles oxidam ainda mais rápido que as maçãs, resolvi mantê-los em água com um pouco de sumo de limão. Não oxidaram e por isso a marmelada ficou bem branquinha. A mais vermelha foi feita com marmelos descascados (as cascas estão em infusão para fazer licor) e os marmelos foram deixados dentro de uma tigela ao ar. Oxidaram e deram uma marmelada mais vermelha. São ambas deliciosas, isso posso garantir.

Pronto, está desfeito o mito. Acho que nem estou bem em mim. Isto são 50 anos a acreditar numa coisa e sem querer cai-me a verdade no tacho. 

Ingredientes

2 kgs de marmelos ou gamboas
1 kg de açúcar
1 pau de canela
1 casca de laranja
½ copo de água

Preparação


Lavar muito bem os marmelos até lhes retirar todo o pêlo.  O melhor método é arranjarem uma esponja daquelas de lavar a loiça, nova, claro. Vão ver que é muito mais fácil. Depois de lavados os marmelos, têm duas soluções, ou os descascam e depois cortam e rejeitam os caroços ou os cortam, retiram os caroços e deixam ficar a casca. De qualquer das formas, a ideia é levar ao lume os marmelos, a água, a casca de laranja e o pau de canela e deixar cozinhar um pouco até a fruta começar a ficar macia. Juntem o açúcar, deixem cozinhar mais um bocado, retirem a canela, triturem bem com a varinha mágica (essa coisa do passevite e da peneira era antes de inventarem a varinha) e deixem ferver só mais um bocadinho até fazer estrada no fundo do tacho. São só uns minutos. Depois é deitar nas tigelas e deixar secar uns dias ao ar. Se quiserem podem, depois de a marmelada formar uma capa mais rijinha, cortar rodelas de papel vegetal à medida das tigelas, embebê-las em aguardente e tapar assim a vossa marmelada. Eu não costumo fazer isso. Deixo-a simplesmente ao ar. 

Considerações

A maior parte das receitas de marmelada leva entre 800 gramas a 1 quilo de açúcar por cada quilo de marmelo o que, quanto a mim, torna o doce demasiado enjoativo e nada interessante. Sendo que eu uso gamboas, que são assim uma espécie de fêmeas dos marmelos e bastante mais doces. Se vocês gostarem da marmelada mais doce ajustem a quantidade de açúcar. 
Podem acrescentar nozes partidas grosseiramente à marmelada imediatamente a seguir a triturarem os marmelos e deixem ferver uns minutos. Fica excelente. Este ano não coloquei, até porque uso a marmelada, entre outras coisas, também para fazer maionese e depois não dá jeito nenhum andar ali a escolher os bocadinhos das nozes. Mas é muito bom. E com passas também resulta bem. 

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