Este é um dos sabores que mais esteve presente na minha infância.
Contrariamente à maioria das crianças, eu sempre adorei legumes. Era muito mais difícil conseguirem que eu comesse papa Cerelac do que sopa de feijão com couve, esparregado, favas, ervilhas, couves, etc. Criancinha estranha, eu... A maior parte das pessoas que conheço faz o esparregado com espinafres, eu própria o faço também, mas para mim, esparregado é com nabiças. Esse sim, tem o sabor da infância, me enche a alma, conforta o estômago e me deixa feliz. A comida tem esta particularidade boa, a de nos fazer felizes, nos confortar o corpo e a alma, de nos aconchegar o espírito. Posto isto, vamos ao meu esparregado. Se não gostarem de nabiças, façam-no com espinafres, que também resulta muito bem. Ou com feijão verde cortado bem fininho e surpreendam-se.
Ingredientes
1 molho de
nabiças
4 dentes de
alho
0,5 dl de
azeite
4 colheres
de sopa de farinha
1 gole de
vinagre
Sal q.b.
Preparação
A maioria
das pessoas corta totalmente os pés das nabiças, mas eu adoro-os, tal como os
talos da alface e, por isso, limito-me a cortar o molho das nabiças em juliana
fininha e a dar-lhe mais uns quantos cortes na transversal. Mas vocês farão
como mais vos aprouver.
Cortar e
lavar muito bem as nabiças e levá-las a cozer em abundante água fervente.
Temperar com um pouco de sal. Quando estiverem bem cozidas, escorrê-las,
guardando um pouco da água da cozedura, mais ou menos meio copo.
Levar
novamente o tacho ao lume (ou se tiverem pouca experiência nestas coisas da
cozinha, usem uma frigideira anti-aderente), deitar nele o azeite e os dentes de
alhos bem picadinhos ou simplesmente esmagados. Eu costumo optar por picar o
alho, porque gosto bastante do sabor, mas também podem retirá-los depois de
fritos, o sabor já terá passado para o azeite.
Depois do
processo de fritar o alho, deitar as nabiças no tacho, mexer bem e esmagar
ligeiramente com uma colher de pau, juntar a água da cozedura reservada e aos
poucos ir juntando a farinha até obter a consistência desejada. Podem continuar
a mexer com a colher de pau durante esta parte do processo, mas experimente um
fouet, vulgo varinha de arames, e verão como tudo se torna mais fácil.
Eventualmente
poderão usar um pouco mais ou menos farinha dependendo da água que as nabiças
deitarem. No final e depois de conseguirem a consistência desejada, nem muito
mole nem demasiado rija, temperem com um pouco de vinagre e rectifiquem o sal,
se necessário.
Também
conheço quem lhe junte um pouco de pimenta, mas pessoalmente prefiro-o assim, mais
natural.
Bom apetite.
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