quinta-feira, 10 de setembro de 2020

ESQUECIDOS

receita + esquecidos

Os esquecidos, ou esquisitos, como lhes chamam as minhas filhas, são os biscoitos que me remetem de imediato para a minha infância. 

Cresci a ver as mulheres a “batê-los”, ou amassá-los para os casamentos. São assim chamados porque na primeira fase da massa, a mistura de ovos e açúcar deve ser batida até se obter um creme volumoso e antigamente, sem o auxílio dessa modernice chamada batedeira, as instruções eram “bater até esquecer”, o que acabou por dar o nome ao biscoito.

Eu adoro-os desde miúda e tenho-os feito com base numa receita que tirei da net, mas havia uma textura diferente. Entretanto e graças às maravilhosas redes sociais, encontrei uma amiga de adolescência da minha aldeia e lembrei-me de lhe perguntar se tinha a receita original. A Elisabeth Alves Arez, conhecida por Beta, foi uma querida e cedeu-me a receita que herdou da sogra, a senhora Maria da Assunção Alves Filipe e que aqui vos deixo. E só vos posso dizer que finalmente reencontrei o sabor e a textura que a minha memória tinha guardado. Um grande bem-haja à Beta pela generosidade desta partilha. 

receita + esquecidos


Ingredientes

12 ovos

1kg de farinha

1 kg açúcar

Sumo e raspa de limão

1 colher sopa fermento

Preparação

Ligar o forno a 190/200º.

Bater os ovos com o açúcar e o sumo de limão até obter um creme fofo e volumoso. Envolver neste preparado a farinha peneirada com o fermento. Num tabuleiro forrado com papel vegetal e untado com manteiga deitar colheradas de massa e levar ao forno até dourar ligeiramente. Deixar um bom espaço entre as colheradas de massa porque os esquecidos quando chegam ao forno “laracham” com o calor, que é como quem diz, a massa espalha-se pelo tabuleiro. “Larachar” é um verbo alentejano, como muitos que ainda hoje fazem parte do meu léxico.

Os esquecidos conservam-se durante imenso tempo, desde que guardados numa caixinha de folha. 

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