Os esquecidos, ou esquisitos, como lhes chamam as minhas filhas, são os biscoitos que me remetem de imediato para a minha infância.
Cresci a ver as mulheres a “batê-los”, ou amassá-los para os
casamentos. São assim chamados porque na primeira fase da massa, a mistura de
ovos e açúcar deve ser batida até se obter um creme volumoso e antigamente, sem
o auxílio dessa modernice chamada batedeira, as instruções eram “bater até
esquecer”, o que acabou por dar o nome ao biscoito.
Eu adoro-os desde miúda e tenho-os
feito com base numa receita que tirei da net, mas havia uma textura diferente.
Entretanto e graças às maravilhosas redes sociais, encontrei uma amiga de
adolescência da minha aldeia e lembrei-me de lhe perguntar se tinha a receita
original. A Elisabeth Alves Arez, conhecida por Beta, foi uma querida e cedeu-me
a receita que herdou da sogra, a senhora Maria da Assunção Alves Filipe e que
aqui vos deixo. E só vos posso dizer que finalmente reencontrei o sabor e a
textura que a minha memória tinha guardado. Um grande bem-haja à Beta pela
generosidade desta partilha.
Ingredientes
12 ovos
1kg de
farinha
1 kg açúcar
Sumo e raspa de
limão
1 colher
sopa fermento
Preparação
Ligar o
forno a 190/200º.
Bater os ovos com o açúcar e o sumo
de limão até obter um creme fofo e volumoso. Envolver neste preparado a farinha
peneirada com o fermento. Num tabuleiro forrado com papel vegetal e untado com
manteiga deitar colheradas de massa e levar ao forno até dourar ligeiramente.
Deixar um bom espaço entre as colheradas de massa porque os esquecidos quando
chegam ao forno “laracham” com o calor, que é como quem diz, a massa espalha-se
pelo tabuleiro. “Larachar” é um verbo alentejano, como muitos que ainda hoje fazem
parte do meu léxico.
Os esquecidos conservam-se durante
imenso tempo, desde que guardados numa caixinha de folha.
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